Quanto Mais Quente Melhor (1959) – Um verdadeiro clássico.

Dirigido por Billy Wilder, Quanto Mais Quente Melhor é uma das comédias mais icônicas da história do cinema. Lançado em 1959, o filme mistura crime, romance, música e uma dose generosa de travestismo, desafiando as convenções sociais e morais da época com ousadia e leveza. Estrelado por Tony Curtis, Jack Lemmon e Marilyn Monroe, o longa é um marco do cinema clássico de Hollywood — tanto pelo seu humor afiado quanto pela inteligência narrativa.

A trama começa na Chicago dos anos 1920, quando dois músicos desempregados, Joe (Curtis) e Jerry (Lemmon), testemunham um massacre da máfia. Para escapar dos criminosos, eles se disfarçam de mulheres e se juntam a uma banda feminina que está a caminho da Flórida. Joe assume o nome de Josephine, e Jerry vira Daphne. É nessa jornada que conhecem Sugar Kane (Monroe), a cantora da banda, por quem Joe se apaixona.

O roteiro, escrito por Billy Wilder é ágil e recheado de diálogos espirituosos. A química entre os protagonistas é irresistível: Jack Lemmon brilha com seu timing cômico impecável, especialmente quando seu personagem começa a gostar da vida como “Daphne”. Tony Curtis, por sua vez, equilibra o charme e o cinismo de seu personagem com habilidade, inclusive em uma hilária imitação de Cary Grant em uma das cenas mais memoráveis do filme.

Marilyn Monroe entrega uma performance encantadora como Sugar, combinando sensualidade, fragilidade e carisma. Visualmente, o filme utiliza o preto e branco com elegância — uma escolha feita, inclusive, para suavizar o efeito dos disfarces. A direção de Wilder é segura e inspirada, conduzindo o espectador com leveza mesmo quando a trama flerta com temas tabus para a época, como identidade de gênero e sexualidade.

Quanto Mais Quente Melhor é uma comédia atemporal que continua engraçada, provocadora e surpreendentemente moderna. É uma aula de direção, roteiro e atuação, que mostra como o cinema pode ser subversivo sem deixar de ser popular. Um verdadeiro clássico.

Categories